“Os doentes com cancro do pulmão merecem os melhores cuidados”, defendeu António Araújo na sessão de abertura do 1º Congresso da Pulmonale, instituição que fundou e preside desde 2010 e que tem por lema «pelo doente e para o doente com cancro do pulmão».
Neste sentido, o presidente da Pulmonale sublinhou que “incentivar a não fumar é a melhor medida de saúde pública na luta contra o cancro do pulmão”, acrescentando ainda que “o investimento é bem menor que o do tratamento do cancro pulmão”.
António Araújo enumerou as diversas parcerias estabelecidas em dois anos de existência, enfatizando que “a Pulmonale cresceu em reconhecimento público”.
Depois da campanha «Deixa de fumar. O céu pode esperar», este ano a instituição, para além de instituir Novembro como o mês do cancro do pulmão, (a 17 de Novembro assinala-se o Dia Mundial do Não Fumador) a Pulmonale já arrancou com um conjunto de acções subordinadas ao tema «Fumar fica-te a matar».
Descrito o cenário, enquadrada a essência e o propósito da Pulmonale, o seu presidente recordou que “num artigo publicado recentemente na Nature, os autores calcularam que por cada três cigarros fumados é induzida uma mutação genética a nível do tecido pulmonar”.
Fernando Leal da Costa, secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, começou por acentuar que “o tabagismo é uma chaga que tem que ser combatida”, comunicando que o Governo “não deixará de legislar para que todos sejam protegidos, desde as crianças aos trabalhadores”.
O governante salientou ser necessária “a ajuda de todos” e que “estas associações têm que ser incómodas e devem continuar a defender os doentes”.
Anunciando a disponibilidade do Estado para promover a saúde e combater o tabagismo, a crescer junto da juventude, Leal da Costa sustentou: “Não temos sido capazes, mas isto é uma responsabilidade de toda a sociedade”.
“O meu exemplo de desportista e de não-fumador é uma prova de que o desporto é óptimo na prevenção do tabagismo”, referiu, por seu turno, Augusto Baganha, internacional português e diversas vezes campeão nacional pelo Sporting em basquetebol e hoje presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude.
Baganha destacou “a parceria com a Pulmonale na prevenção do cancro”, frisando que “os números das mortes são significativos e preocupantes”.
Antes destes oradores já o presidente da Universidade Católica do Porto, Joaquim Azevedo havia dado as boas-vindas aos congressistas, saudando o facto do 1º Congresso da Pulmonale se realizar naquelas instalações académicas.
A cerimónia contou ainda com a presença do Bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Baptista, que avançou com “a disponibilidade total para colaborar com todos os parceiros desta área”, e o presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que deixou grandes encómios à instituição organizadora do congresso e recordou que “todos deviam apostar mais na prevenção”.
«Eleições na Escola», da colecção Liga dos 4, foi a cereja em cima do bolo na cerimónia de abertura. A apresentação do terceiro livro de banda desenhada através dos quais a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) promove a prevenção e o diagnóstico precoce do cancro – com texto de Maria Inês de Almeida e desenhos de Pedrafonso – fechou a comunicação de Carlos Oliveira, presidente da LPCC, que passou em revista a história e a acção do organismo que lidera.