Em 2008, um ano após ter sido lançado o primeiro cigarro eletrónico de sucesso, começaram a surgir estudos sobre esta nova forma de fumar.
Hoje, uma década mais tarde, foram já publicadas dezenas de investigações científicas e continuam a existir resultados contraditórios, bem como dúvidas em relação às vantagens do cigarro eletrónico. Vários estudos demonstram que também este apresenta efeitos negativos semelhantes aos do cigarro tradicional.
Apesar de frequentemente se denotar que quem opta por fumar cigarro eletrónico (também designado por e-cigarro) não evidencia o típico odor a fumo e não fica com as unhas tão “amareladas”, o fumador de e-cigarro não está isento dos habituais problemas dentários e respiratórios, que impactam os fumadores do cigarro tradicional.
“Os cigarros eletrónicos não contêm compostos de alcatrão e cinza que provocam manchas nos dentes, mas tal não significa que os dentes se mantenham perfeitamente brancos. A nicotina presente nos e-cigarros pode dar-lhes um tom amarelado”, referiu o dentista Harold Katz.
Em fevereiro deste ano, investigadores da George Town University e do Center for Tobacco Control Research and Education, expuseram que o uso diário de cigarros eletrónicos duplica o risco de ataque cardíaco, comparando com não fumadores. Contudo, para quem fuma ambos os tipos de cigarro, tradicional e eletrónico, o risco é cinco vezes superior.
Adicionalmente, segundo um estudo da Arteriosclerosis, Thrombosis and Vascular Biology, os líquidos que os e-cigarros contêm, com aromas de cravo e baunilha, danificam as células dos vasos sanguíneos e do coração, mesmo quando não têm nicotina.
Igualmente, um relatório da National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine evidenciou que o uso de cigarros eletrónicos, por jovens e adultos, aumenta a probabilidade de estes virem a usar cigarros tradicionais no futuro.
O estudo concluí ainda que, ao contrário do que é por vezes inferido, o uso de e-cigarros aumenta as concentrações de material particulado e nicotina, no ar, em ambientes internos.
De facto, vários estudos e evidências, comprovam que os cigarros eletrónicos são prejudiciais à saúde e não constituem uma alternativa viável ao consumo dos cigarros tradicionais.
Como ajuda para parar de fumar, a ASCO (American Society of Clinical Oncology) recomenda o uso de medicamentos eficientes, aconselhamento médico e terapias de reposição de nicotina, bupropiona e vareniclina.