O director clínico do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa considerou que se criou um mito sobre os medicamentos inovadores na área do cancro, que não terão um impacto tão significativo na vida dos doentes. “Existe um bocadinho o mito que se pusermos muito dinheiro no doente ele se cura de tudo. Isso não é assim. Não é por usarmos muitos medicamentos novos e modernos que se muda significativamente”, comentou Nuno Miranda à margem de uma conferência de imprensa.Questionado pelos jornalistas, o responsável admitiu que o IPO tem uma política conservadora em relação ao uso desses “medicamentos ditos caros”, sem que isso tenha impacto negativo no resultado dos tratamentos. “Existe uma mediatização excessiva em relação a alguns desses medicamentos. Não me parece que nos tempos mais próximos haja impacto significativo na vida dos doentes em relação à utilização ou não desses medicamentos”, justificou.Também o director do serviço de oncologia médica do IPO, João Lopes, considerou que “é uma falácia” fazer depender os bons tratamentos da aplicação de remédios inovadores. Para este médico, a parte importante e decisiva no tratamento do cancro é o tratamento cirúrgico e a forma integrada como os serviços diferentes trabalham. “A possibilidade de empregar a última moda influencia muito pouco, muito menos do que se possa julgar”, declarou.