Atualidade do cancro do pulmão

Direcção-Geral da Saúde quer perceber como os menores conseguem tabaco

Emília Nunes, directora do novo Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, disse na comissão parlamentar de Saúde ter conhecimento destas realidades, que a Direcção-Geral da Saúde quer perceber e combater.

Perceber exactamente como os jovens menores têm acesso a tabaco, quando a lei proíbe a compra até aos 18 anos, e aumentar a formação dos professores para dissuadirem o tabagismo entre os jovens – até através do exemplo adulto – são alguns dos objectivos delineados neste novo programa da DGS. Emília Nunes afastou contudo a ideia lançada para debate pela deputada Luísa Salgueiro (PS): restringir o fumo no perímetro em torno das escolas. A responsável revelou que para já isto não está em cima da mesa. Na legislação que o governo está a preparar está a ser estudado o reforço da proibição nos espaços públicos fechados, a restrição à venda em máquinas automáticas e a proibição de fumar no carro sempre que haja crianças a bordo.

Emília Nunes levou ao parlamento dados do último estudo nacional sobre o consumo de tabaco nos jovens entre os 13 e os 18 anos, recolhidos em 2011 no âmbito de um projecto europeu que deverá permitir comparações no final deste mês. Aos 13 anos, 17,2% dos jovens já experimentaram pelo menos um cigarro e 5,3% dizem ter fumado nos últimos 30 dias, portanto poderão ser fumadores regulares. Aos 17 anos os fumadores regulares já poderão ser 28,3% dos jovens. Os dados sugerem uma ligeira diminuição dos consumos em relação a 2007, ano do último inquérito.
Este novo programa da DGS ainda está a ser delineado, mas a meta avançada por Emília Nunes será reduzir a prevalência do consumo de tabaco na população portuguesa 2% até 2016. O último inquérito nacional de saúde, que já tem seis anos, apurou que 19,7% dos portugueses eram fumadores e estima-se que desde a aprovação da lei do tabaco a prevalência tenha diminuído 1%. Uma das ideias é reforçar as intervenções “motivacionais” junto dos fumadores, por exemplo através dos médicos de família.
Mais que aumentar restrições, Emília Nunes defende que é importante continuar a sensibilizar sobretudo os jovens e os pais para o facto de não existir um nível seguro de exposição ao tabaco. Para estudar e diagnosticar a fundo a situação nacional, uma das ideias é criar uma agenda de investigação para atrair investigadores ou estudantes de mestrado e doutoramento que queiram fazer trabalho nesta área, até com a possibilidade de apoio logístico da DGS.

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