O escritor português António de Cairu morreu de cancro do pulmão, no passado dia 07 de outubro, e foi
cremado em Richmond, no oeste de Londres, informou fonte
próxima da família. Nascido a 11 de maio de 1943, em Alverca do Ribatejo, foi artista de teatro e televisão em Portugal, tendo sido, segundo contou recentemente numa entrevista à agência Lusa, perseguido e preso devido às simpatias comunistas.
No final dos anos 1960, fez parte de uma companhia de teatro que actuou para as tropas portuguesas em Angola e Moçambique, mas, em 1970, deixou o país e instalou-se no Reino Unido, onde fixou residência. Em Inglaterra, estudou teatro com o ator e encenador Peter O’Toole, na escola de teatro Old Vic, em Bristol, onde foi contemporâneo de Luís Miguel Cintra. Nos anos seguintes fez espectáculos de “poesia, improvisação e música”,
deu aulas e escreveu letras para canções. Recentemente, dedicou-se à escrita de semi-autobiografias, tendo publicado “The Man Who Loved Cherry Trees” [O Homem que Amava Cerejeiras”], em 2002, em Portugal, pela Gradiva. Já este ano lançou “The Breath of Olive Trees” [“O Sopro das Oliveiras”] e adiantou estar a trabalhar numa sequela feita de diálogos com o fiel cão “Charlie”, entretanto falecido.
Em entrevista à Lusa, Cairu confessou preferir escrever em inglês por ter “dificuldade em falar as duas línguas” porque, mesmo se às vezes tem “o pensamento em Portugal, o corpo está em Inglaterra”.
