Estas são as duas propostas pedidas pelo diretor do Programa Nacional para Doenças Oncológicas, Nuno Miranda em entrevista à agência Lusa.
Durante a conversa, o reputado médico afirmou que o estado devia tomar ações mais restritivas na legislação do consumo do tabaco para tentar diminuir o número de casos de cancro do pulmão, que continua a ser o mais mortal em Portugal.
Uma das propostas sugeridas visa acabar com os locais onde é possível fumar, algo que já é seguido por outros países da Europa, principalmente quando estes se tratam de parques públicos ou locais de trabalho uma vez que, segundo o próprio, “não há maneira de assegurar as boas condições de trabalho a quem lá trabalha”.
Ao mesmo tempo, o responsável pelo programa para doenças oncológicas em Portugal pede ao estado que tome medidas para que a sociedade pare de considerar o ato de fumar como uma “uma coisa normal”. Segundo o que Nuno Miranda afirma, apesar da situação portuguesa ser parecida e até um pouco melhor que a do panorama europeu, fruto de um “sistema que tem respondido às necessidades” e dos “bons profissionais que prestam os melhores cuidados aos doentes”, a verdade é que o cancro tem vindo a aumentar, fruto de situações como uma “maior obesidade, mais sedentarismo, as mulheres terem o primeiro filho cada vez mais tarde e uma exposição excessiva à radiação solar”.
Os Açores são a região de Portugal onde o número de casos de cancro do pulmão mais tem aumentado. A explicação que o diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas encontra para estes dados é exatamente o aumento do número de fumadores neste arquipélago.
De acordo com a Agência Internacional para a Investigação do Cancro, pertencente à Organização Mundial de Saúde, o número de novos casos de cancro em Portugal chegará em 2019 aos 58 mil, sendo que as mortes por doença oncológica ascenderão a perto de 29 mil casos.