As políticas de saúde devem continuar a ser dirigidas ao combate às doenças infecciosas e simultaneamente às doenças não transmissíveis, responsáveis por dois terços das mortes no mundo, defendeu a Organização Mundial de Saúde. A organização, que divulgou as Estatísticas de Saúde Mundiais 2011, advertiu que embora muitos governos centrem os esforços no combate às doenças infecciosas, o aumento dos factores de risco das doenças crónicas – diabetes, cardiopatias, acidentes vasculares cerebrais ou cancro – fazem com que um número crescente de países se confronte com esta “dupla ameaça”.“Actualmente, dois terços das mortes no mundo são devidas a doenças não transmissíveis, como as cardiopatias, os acidentes vasculares cerebrais, a diabetes e o cancro, devido ao envelhecimento da população e da propagação dos factores de risco associados à globalização e a urbanização”, lê-se num comunicado divulgado em Genebra. “A luta contra factores de risco como o tabagismo, o sedentarismo, a alimentação incorrecta e o abuso do álcool é cada vez mais decisiva”, acrescenta o texto.Mas essa luta, segundo a OMS, näo pode passar para segundo plano a luta contra as doenças infecciosas, cuja prevalência sobretudo nos países em desenvolvimento faz com que a pneumonia, a diarreia e o paludismo sejam as principais causas de morte das crianças com menos de cinco anos.As estatísticas da organização registam progressos em alguns domínios, como a baixa da mortalidade infantil em 2,7 por cento ao ano desde 2000, a um ritmo duas vezes superior que nos anos 1990, tal como com a mortalidade materna, que tem baixado 3,3 por cento ao ano desde 2000.“Estes dados mostram, na verdade, que nenhum país do mundo pode agir sobre a saúde numa única perspectiva, as doenças infecciosas ou as doenças não transmissíveis. Todos devem desenvolver um sistema de saúde que cubra o conjunto das ameaças sanitárias nos dois domínios”, afirmou Ties Boerma, director do departamento estatístico da OMS.As Estatísticas de Saúde Mundiais são um relatório anual feito com base em 100 indicadores de saúde dos 193 Estados-membros da OMS, que permitem um retrato da situação sanitária mundial e das suas tendências.A publicação do relatório de 2011 coincide com o lançamento do Observatório de Saúde Mundial, um novo site da OMS que centraliza os dados de saúde e as análises sobre as prioridades de saúde.