Segundo um relatório da Agência Europeia do Ambiente, divulgado em Copenhaga, o ar que circula nas cidades europeias contém substâncias perigosas, que terão contribuído para centenas de milhares de mortes prematuras, durante o ano de 2016.
“A poluição do ar é um assassino invisível e temos que aumentar os esforços para acabar com as suas causas. As emissões dos transportes rodoviários são mais nocivas que as de outras origens, uma vez que acontecem ao nível do solo e são piores nas cidades, onde estão as pessoas”, referiu Hans Bruynickx, diretor da agência ambiental.
Os transportes rodoviários correspondem, assim, aos principais emissores de partículas nocivas e gases, como dióxido de azoto e ozono.
Estes componentes constituem um perigo para a saúde humana e para o meio ambiente, sendo que os ecossistemas, os solos, as florestas, os lagos, os rios e os campos agrícolas também são afetados.
Em particular, o ozono, que se acumula junto ao solo, já provocou a morte prematura de mais de 17 mil pessoas, em 41 países da Europa. É o poluente ao qual a maior percentagem da população urbana da União Europeia está exposta.
As micropartículas poluentes, com um diâmetro igual ou inferior a 2,5 milésimas de milímetro, são consideradas ainda mais mortíferas. Foram responsáveis por cerca de 422 mil mortes prematuras, em 2015, 391 mil destas na União Europeia.
Quanto ao dióxido de azoto, apesar das melhorias registadas entre 2015 e 2016, relativamente à sua exposição, já causou cerca de 79 mil mortes antes do tempo.
A poluição do ar não só mata, como também impacta a saúde, gerando infeções pulmonares, ataques cardíacos, acidentes vasculares e cancro do pulmão.
De facto, a poluição atmosférica é considerada uma causa para o cancro do pulmão, de acordo com um estudo da Agência Internacional de Pesquisa do Cancro. Segundo este, 223 mil mortes por cancro do pulmão, a nível mundial, deveram-se à poluição no ar, em 2010.
O relatório da Agência Europeia do Ambiente apela à aplicação de medidas locais e nacionais, como forma de reduzir a poluição provocada, essencialmente, por veículos, indústrias e centrais elétricas.