O programa de apoio a doentes oncológicos “Tempo de Viver” está a auxiliar actualmente entre 60 a 80 doentes com cancro no Hospital de Ponta Delgada, Açores, revelou o director do serviço de Oncologia, Luís Dias. “Os enfermeiros que tiveram formação para integrar o programa ficam com os dados dos doentes, fazem uma entrevista presencial e depois, consoante a patologia, telefonam em tempos pré-determinados para questionar a situação do doente, relembrar os tratamentos e esclarecer dúvidas”, afirmou. Este programa de apoio, que tem como base uma linha telefónica, permite também que os doentes tomem a iniciativa do contacto.O Hospital de Ponta Delgada foi o primeiro a aderir ao projecto “Tempo de Viver”, na sequência de uma visita do director geral de uma farmacêutica internacional, que conheceu na Colômbia um programa proactivo de apoio a doentes oncológicos em que a própria instituição tomava a iniciativa de contactar os doentes. “Fez-se um protocolo de apoio nos termos do qual a (farmacêutica) Roche suporta todos os custos do programa e o hospital só tem de disponibilizar uma linha telefónica, um pequeno gabinete e recursos humanos”, salientou o director do serviço de Oncologia.Este programa, a funcionar há cerca de um ano no Hospital de Ponta Delgada, está também em curso no Instituto Português de Oncologia (IPO) e no Hospital de S. João, no Porto, estando previsto para breve o seu alargamento a mais quatro instituições hospitalares portuguesas.Actualmente, o programa de apoio destina-se apenas a doentes com cancro da mama, do cólon ou rectal, estimando-se que em breve possa vir a dispor de uma valência de acompanhamento ao domicílio.Luís Dias salientou a importância de se estender o plano aos doentes com cancro do pulmão, devido à incidência de casos nos Açores, “talvez pelos hábitos tabágicos que começam muito cedo”.O programa conta actualmente com quatro enfermeiros, que possuem formação específica, nomeadamente na área da psicologia e num programa informático onde constam todas as informações sobre o doente.Para Luís Dias, o maior benefício do projecto é o facto de apresentar soluções à distância para problemas que possam surgir com os doentes.