Atualidade do cancro do pulmão

Substitutos da nicotina näo devem ser usados por menores

O presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (COPPT) alertou que a utilização de substitutosde nicotina para deixar de fumar é contraindicada aos jovens menores de 18 anos.
O alerta de Luís Rebelo surge na sequência de um estudo da Associação de Defesa do Consumidor (DECO), que foi verificar se os estabelecimentos cumprem a lei relativamente à proibição da venda de tabaco a menores e divulga métodos para deixar de fumar, como os substitutos de nicotina em forma de goma, pastilha e adesivo.

“Este trabalho da DECO é importante, mas tem um problema grave na parte em que apresenta os substitutos da nicotina”, explicando quando e como devem ser usados, disse a agência Lusa o também coordenador das consultas intensivas de cessação tabágica da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

Para o médico, esta informação é “grave, porque estes medicamentos estão contraindicados nos jovens até aos 18 anos”.

No estudo, a Associação de Defesa do Consumidor refere que são medicamentos de venda livre indicados e eficazes para combater os sintomas de abstinência. “Os adultos podem usá-los em automedicação e os jovens devem falar previamente com o médico”, sublinha o estudo.

Contactada pela Lusa, Susana Santos, técnica da DECO, explicou que este trabalho, que será publicado na edição de agosto da revista Teste Saúde, “também é um estudo sobre cessação tabágica” em que a associação dá “alguns conselhos” aos fumadores sobre como abandonar o vício. “Relativamente aos substitutos de nicotina, eles estão aconselhados aos adultos, constando essa informação do folheto informativo. Sobre a sua utilização em jovens, é um assunto um bocadinho controverso. Näo está escrito
no folheto e a decisão de o fazer recai sempre sobre o médico”, adiantou.

Susana Santos adiantou que existem guidelines a nível europeu que aconselham o seu uso a partir dos 12 anos. No entanto, é uma decisão que cabe sempre ao médico. Estes conselhos são “mais dirigidos ao fumador adulto”. Quanto aos jovens, “nunca devem recorrer a este tipo de terapêutica sem aconselhamento médico”, reiterou.

O estudo da DECO mostrou que os jovens conseguem comprar cigarros de norte a sul do país sem grande dificuldade, mesmo havendo uma lei que proíbe a venda de tabaco a menores.

Em 105 estabelecimentos visitados pela associação em Coimbra, Évora, Faro, Lisboa e Porto, para verificar se vendiam tabaco a menores de 18 anos, 72 näo cumpriam a lei. Para retardar o vício nos jovens, os consumidores consideram que “é crucial garantir o cumprimento da lei, através de uma fiscalização eficaz e penas exemplares para os infratores”. Por outro lado, defende, é preciso “sensibilizar os vendedores sobre os efeitos do fumo na saúde, em especial nos jovens, e alertá-los para a sua responsabilidade no processo que conduz à dependência” de fumar. Deve ainda ser proibida a venda de tabaco nas zonas circundantes das escolas do ensino básico e secundário, como já acontece para o álcool.

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