Atualidade do cancro do pulmão

Tabaco mata a cada 48 minutos. Só metade dos portugueses acham que é grande risco

Governo revelou intenção de comparticipar medicação e criar linha especial para ajudar a largar o vício na Saúde 24.
Só cinco em cada dez portugueses acham que fumar é um risco muito importante para a saúde. Um inquérito divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) revela ainda que só 51% vêem grande perigo no tabaco e são ainda 17% os que atribuem pouco ou nenhum risco ao consumo de tabaco. Mesmo questionados sobre o perigo de fumar um ou mais maços por dia, só dois terços da população consideram este hábito muito perigoso, percepção que surpreendeu a DGS. A banalização de mensagens como “fumar mata”, actualmente presentes nos maços, é uma das explicações dos peritos da DGS, que ontem fizeram um balanço do Programa de Controlo e Prevenção do Tabagismo. Isto num país em que o tabaco é responsável por 11 mil mortes por ano.

País em negação A apresentação foi comentada pelo investigador Jorge Bonito, que sublinhou que falta no país a “acepção social” de que o tabagismo é uma doença. Se os dados da DGS revelaram que uma em cada dez mortes no país resulta do tabagismo, Bonito fez questão de desmontar ainda mais os números. O tabaco mata um português a cada 48 minutos, causando anualmente 20 vezes mais mortes que os acidentes na estrada. A exposição ao fumo ambiental mata duas pessoas por dia.

Para o docente da Universidade de Évora, a única forma de combater aquela que é uma das principais causas de morte nacionais é “desnormalizar” o consumo de tabaco, passando a tratá-lo como qualquer outra droga.

Para passar um sinal claro de risco, o investigador defendeu que devia ser proibido por lei fumar antes dos 18 anos, para combater o cenário de jovens a fumar à porta das escolas. Recomendou também mais fiscalização por parte da ASAE, que em 2013 registou 318 infracções à lei do tabaco e apenas dois casos de venda indevida a menores. “Deve ser cega”, disse o investigador, denunciando que já fez a experiência com alunos infiltrados e o número de violações à lei detectadas foi muito maior. Por outro lado, o investigador considerou insuficiente o número de consultas disponíveis no Alentejo para cessação tabágica – apenas seis quando é a região do país onde a mortalidade associada ao tabagismo é maior.

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