Quando se fala em cancro do pulmão, a rapidez pode ser sinónimo de maior esperança, mais qualidade de vida, maior sobrevivência. E é para ganhar este tempo que nasceu a Via Verde do Cancro do Pulmão, uma iniciativa do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), que permitiu reduziu de 103 para 76 dias o tempo médio entre a primeira avaliação de doentes com cancro do pulmão e o início do tratamento.
À semelhança da Via Verde do AVC, esta iniciativa assume, segundo António Araújo, diretor do Serviço de Oncologia Médica do CHUP, “uma importância enorme”. Não só encurta os tempos, como permite ainda a definição de formas de actuação padronizadas o que, no fim, contribui para aquele que é o objetivo principal dos cuidados em saúde: salvar vidas.
Para já apenas em fase de testes no CHUP, o projeto, já a funcionar noutros países com impacto na sobrevivência destes doentes e uma redução do gasto no consumo de tratamentos, está ainda em fase de implementação, sendo expectável, para breve, a apresentação de resultados, de forma a que se possa estender este projecto a outras unidades de saúde.
Segundo António Araújo, trata-se de uma iniciativa “que pode salvar vidas, consumir menos recursos ao Serviço Nacional de Saúde e ser mais um motivo de satisfação para todos os interessados”. O caminho pode ser ainda longo, mas de acordo com o especialista, “isto pode permitir-nos fazer um diagnóstico mais precoce e iniciar mais cedo o tratamento. Pode permitir, sem gastar dinheiro em inovação ter doentes em estádios mais precoces e tratá-los de uma forma melhor, concedendo mais tempo de vida”.